sexta-feira, novembro 26, 2010

A Divindade da Arte


Letícia e Paulo,
Rest. Chapadão  2007.
    A música é, incontestavelmente, um dom divino! Toda arte é... Todo dom de representar, de expressar sentimentos em imagens, poemas, som... A arte nos permite ser como Hércules (mitologia grega): meio humano, meio deus. É indescritível a sensação de estar no palco. É surreal! Mas existe o outro lado da moeda, não tão cheio de glória. Ainda há o lado humano.
Arte de
Gildásio Wagner.
    Viver da própria arte é, sem dúvida, o grande sonho de quem é músico, pintor, ator... Qualquer artista sonha com o dia em que poderá se sustentar, pagar as contas fazendo aquilo que gosta.
   Sempre considerei a música como hobby. Ainda hoje, tenho dificuldades de chamar de trabalho, ou dizer que sou musicista quando me perguntam a minha profissão.
   Enquanto hobby, eu cantei em restaurante no horário do almoço em datas comemorativas, além de projetos como o festival gastronômico Jequisabor. No entanto, era tudo muito simples para mim, já que os músicos com os quais eu cantava organizavam tudo, ensaiávamos dois ou três dias e nos apresentávamos interpretando canções de artistas já consagrados.

Maria Letícia, Paulo Éder e Marisa D'Carvalho no Festival Gastronômico Jequisabor 2008, Turmalina/MG
   Quando decidi levar a música a sério, descobri que as coisas não são tão simples. Nada fáceis...
   Primeiramente, pelo fato de que eu passaria a cantar as minhas composições. Fazer um trabalho inédito é complicado, pois há uma grande dificuldade das pessoas aceitarem o que é novo. E nessa fase, ouvi muitas críticas. Mas haviam pessoas que gostavam do meu trabalho. Decidi continuar com o meu projeto, afinal de contas, toda música consagrada um dia foi nova...
   Gravei então, com parceria do grande amigo João Paulo Kazak, a música "Manhã de Abril". Enviei para a Rádio Aranãs em Capelinha/MG e a música teve uma aceitação surpreendente. Percebi que, apesar das dificuldades, eu estava no caminho certo!
   As dificuldades se tornaram maiores quando me vi a frente das decisões, sem saber o que era preciso para conseguir shows gravar o CD, divulgar meu trabalho. Procurei ajuda, mas logo percebi o quanto tudo dependeria do meu esforço.
   Pensar exatamente no que eu queria, o que fazer para alcançar cada objetivo, tudo o que eu precisava, busquei formas de aprender. E talvez, o aprendizado maior tenha sido o de não desistir quando as coisas parecem não sair do lugar.
   Haverá sempre quem fale mal, quem critique, mas nada disso é maior do que os sonhos de uma vida inteira! Saber o que se quer de fato, é muito importante. Ajuda a não perder o foco nos objetivos. E aquilo que não se sabe, não é o que nos fará parar, mas o que nos fará mover, em busca de respostas.
   Carinho, dedicação e a esperança por um sonho realizado é o que nos mantém vivos. Estamos somando forças para dividirmos a felicidade do dever cumprido.
   Existem pedras no nosso caminho, enquanto humanos. Mas não se deve esquecer do dom divino que habita em nós. A arte que nos faz deuses.

"Quanto mais próximo da arte, mais fácil tocar em Deus!"
(Verono)
Música e Paz!

Fotos:
"Letícia e Paulo", por Everaldo Batista;

"Violão (do pintor Gildásio Wagner, Feira de Artesanato Festivale 2010)", por Maria Letícia;
"Jequisabor em Turmalina", por Bárbara Finz.

terça-feira, novembro 23, 2010

Comadre Maria

   A música me fascina por tudo que é capaz de fazer, transformar, unir... Sua magia percorre os mais diversos labirintos da vida, realizando feitos incríveis! Quando o destino nos faz encontrar as pessoas certas, o resultado é como uma bela letra guiada por uma bela melodia. O encontro daquilo que se completa, chega mais próximo a perfeição.
   Quando decidi aprender a tocar violão, meu pai me disse que sabia de alguém que poderia me ajudar. Ele trabalhava em uma empresa, onde uma das funcionárias sempre cantava e tocava nas confraternizações. Nós a procuramos, mas ela não dava aulas, e nos indicou o Fábio, que foi meu primeiro professor.
Dani Almeida e Maria Letícia
   Alguns anos depois, reencontrei aquela moça, pois começamos a trabalhar juntas. Nos tornamos grandes amigas. Eu e a Dani. Dani e eu... Hoje nossa amizade é um grande presente, e arrisco dizer que somos tietes das canções uma da outra. rs... É gostoso quando a gente se encontra e ela me pede pra tocar "Silêncio e Saudade". E adoro aquela voz rouca que ela tem! "Sabe quando eu preciso de silêncio, sabe quando eu preciso de som". De fato, além de muita música, nossa amizade é feita de silêncio e saudade... rs. Temos ainda aquelas canções que não podem faltar quando nos apresentamos juntas...

Barraca Festivale 2008 - Capelinha/MG

Galpão Cultural 2008.
   Já dividimos o palco algumas vezes, e ainda que eu tentasse, não saberia descrever o prazer de cantar com essa moça!
   Dani tem um timbre de voz único, que dá vida, movimento e alma as canções. Suas composições são bem elaboradas, tomadas de um sentimento intenso, que nos possibilita sentir a sua arte.
   Graças a Deus, minhas maravilhosas descobertas não pararam por aí!
   No final de julho desse ano, participei, juntamente com Alisson, Marisa e Homero do Festivale, na cidade de Padre Paraíso/MG. quando chegamos lá fomos procurar o alojamento, já que a viagem foi muito cansativa.
   Lá, fomos recebidas por Marcela Veiga e Carol Trindade, da banda Mutatis Mutandis, da cidade de Teófilo Otoni/MG. Naquele momento, ainda não tinha noção da grandeza daquelas meninas, e da grande amizade que passaríamos a ter.
   A banda delas, que contava ainda com a percussionista Carina Camargos, também participaria do festival. Foi uma troca de experiência maravilhosa!!
Sayle Winicius, irmão de Carina.
   E o que falar dessas meninas?
   Marcela com sua voz grave, potente, irreverente, em contraste com a voz de Carol, com um timbre agudo, macio, suave... E Carina, que é irmã de Sayle, percussionista que já me acompanhou algumas vezes, não poderia ser diferente, com uma calma incrível, tirando um som delicioso daquele cajón!
   Foi uma honra conhecer e compartilhar de momentos deliciosos como os que passamos juntas.

Carol Trindade
   Mas a vida não para, e dessa vez, uniu talentos únicos! E fico imensamente feliz, pois o resultado será sublime! As "minhas meninas", Carina Camargos, Carol Trindade e Dani Almeida estão juntas para fazer o melhor da música popular brasileira!
   É muito bom saber que a vida proporciona encontros como esse, pois são pessoas de muita garra, de um dom divino, um talento incontestável! Admiro muito cada uma delas e tenho um carinho imenso por cada uma!
Carina Camargos
   Desejo todo o sucesso do mundo a vocês. Essa mistura tem tudo para dar certo!
   E para quem estará em Teófilo Otoni nesse fim de semana, terá a honra de assistir a primeira apresentação do Grupo "Comadre Maria". Fica aqui o convite, e a certeza de que será uma noite com o que há de melhor, acima de tudo, porque tenho a certeza de que fazem a música com o coração!
   Carina ( meu despertador pontual), Carol (minha florzinha) e Dani(meu monstrinho do armário), um beijo de boa sorte, da "comadre" Maria Letícia! rs. Estarei de cá na torcida!



Grande abraço,
Música e Paz!

Fotos:
"Dani Almeida e Maria Letícia", arquivo pessoal;
"Barraca Festivale 2008", site CapelinhaMG;
"Galpão Cultural", arquivo pessoal;
"Sayle" ,"Carol Trindade","Carina Camargos", por Maria Letícia;
"Cartaz Comadre Maria"; Divulgação.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Agradecimento II

   Numa noite dessas, pelo telefone, Alisson me mostrava sua mais nova melodia. Enquanto ele tocava, eu atenciosamente acompanhava. Uma música muito linda! Um arranjo delicioso...
   Mas depois que a música acabou, pedi a ele que tocasse mais uma vez. Isso porque, além de ser uma melodia maravilhosa, Alisson estava tocando em um violão com apenas três cordas!
   Naquele momento, percebi a grandeza das pessoas com as quais trabalho.
   Confesso que não gosto muito de me referir a eles dessa forma, pois todo trabalho ao lado deles é um prazer enorme! Somos uma família da qual me sinto privilegiada de pertencer!
   A vida foi muito generosa comigo. Tive a oportunidade de conhecer pessoas que se tornaram meus amigos. E quando digo amigos, falo de pessoas por quem sofro diariamente com saudades... E hoje, trabalho com essas pessoas, com meus amigos, a família "Maria Letícia"!!!
   Dividir o palco, a vida, as idéias, o stress, a bisteca ao vinho com batata frita... Tudo se torna divino ao lado dessa família, que amo muito!
   Hoje, graças a Deus, só tenho a agradecer, por acreditarem no meu trabalho, por abraçarem esse sonho comigo, por dividirem seus sonhos, pelo tempo que dedicam, enfim...
   Alisson, Belli, Cris, Gabriel, Homero, Marisa: amo muito vocês!


Marisa D'Carvalho e Maria Letícia.
Maria Leticia e Alisson Zêra.
Homero Kaú e Maria Letícia.

A vocês, carinhosamente,
Música e Paz!
Maria Letícia

Fotos: arquivo pessoal.

Agradecimento


Lançamento do Festivale, fevereiro
de 2008. Capelinha/MG.
    No dia 12 de novembro, recebemos um comentário em um dos textos ("A Essência é Imutável"), mas só tive conhecimento na ultima sexta-feira, dia 19, já que há algumas semanas, por diversos motivos, eu não entrava no blog.
   Foi, para mim, uma grande surpresa saber que Tadeu Oliveira havia lido meu texto, e sinto-me honrada pelas palavras que ele deixou a mim.
   A pouca convivência em nada interferiu. Saiba da importância que teve para minha formação como musicista, para a descoberta de minha essência, a importância que tem para mim como pessoa, como amigo, e referência de caráter!
Galpão Cultural 2005.
   Agradeço muito, Tadeu, por tudo aquilo que você fez por mim. Por tudo o que me ensinou, pelas oportunidades que me proporcionou, e ainda proporciona, pois a cada vez que subo no palco, me lembro que foi através do seu incentivo que comecei, quando estendíamos as aulas de violão para cantar...
   Todas as palavras seriam insuficientes para traduzir todo o carinho, gratidão e admiração que tenho por você!
   Saiba que você é muito especial para mim, e que te guardo com muito amor, eternamente, como meu pai cultural.

Muito obrigada!

Música e Paz!

Fotos: arquivo pessoal.

quinta-feira, outubro 14, 2010

Novidades!


   Olá galera!
   Temos uma novidade para você que acompanha o nosso trabalho!
   Essa semana, estamos finalizando as gravações da nossa primeira pré-produção do álbum "Meu Jeito Xadrez". A música "Filho da Zabumba".
   Quem já nos conhece, provavelmente já assistiu nossos vídeos no Youtube. Lá, tem um show nosso onde tocamos essa linda canção e todos estão convidados a assistir!
   A música representa um grande salto e um desafio para nós do vale, pois ela é uma mistura de vários estilos diferentes, que bem harmonizados geraram um som maravilhoso!

   Um ótimo restinho de semana a todos e muito obrigado pelas mais de 4000 visitas que tivemos em nosso blog.
   Um forte abraço, muita música e paz!!!

Homero Kaú

Foto por K!U
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segunda-feira, agosto 30, 2010

Preconceito: Limitação Cultural

   Em mais uma "viagem" a procura de algum conteúdo na TV, encontrei um canal que mostrava crianças de uma tribo indígena, que aprendiam a ler e escrever o português. O professor, também do mesmo povo, quando questionado, disse não se tratar de perder a própria identidade, mas sim de ter a capacidade de registrar informações que permitiriam um maior conhecimento sobre sua cultura, evitando até, que a mesma se perdesse.
   Aprender sobre uma nova cultura para que não se perca a sua própria... Tudo isso me abriu os olhos de um modo fantástico! Até onde vai nossa resistência com o novo, com o que o outro tem a nos oferecer?
   Seja por mania, costume, hábito, equívoco ou preconceito, condenar uma cultura é limitar a capacidade da própria evolução.
   Conhecer o que é novo nunca é negativo. Na pior das hipóteses, ganha-se o conhecimento. E por que não dizer o "auto-conhecimento", afinal, vivenciar algo, muitas vezes nos permite dizer com clareza do que se gosta ou não.
Maria Letícia  -  Jeito Xadrez
   O jeito xadrez talvez seja isso, escolher, mudar de direção, cruzar várias linhas para traçar um novo desenho; vários traços para fazer uma nova arte; as infinitas direções, a ousadia, o não acomodar-se em linha reta. O aceitar que até mesmo as linhas paralelas, que não se cruzam, seguem a mesma direção, num mesmo sentido.
   A chegada dos novos integrantes de "Maria Letícia" veio somar uma nova gama de rítmos, pela bagagem musical e influências das mais diversas, o que torna mais rica e sonora a expressão do grupo, que vê nas diferenças de cada um, a possibilidade de um todo melhor.
   Não é necessário que a individualidade se perca. A magia está em crescer sempre que há a oportunidade de experimetar uma nova cultura, acrescentando a nossa vida aquilo que houver de melhor em nossas descobertas, encarar erros como experiências válidas, e ter sempre a certeza de que a essência é imutável.

Música e Paz!

Foto por K!U.

segunda-feira, agosto 23, 2010

A Essência é Imutável

   Desde muito pequena, vejo em grandes meios de comunicação, principalmente em documentários das potências televisivas, o Vale do Jequitinhonha ser chamado de "Vale da Pobreza".
Destaque: Vale do Jequitinhonha/MG.
   O Vale do Jequitinhonha é uma das doze mesorregiões de Minas Gerais e é formado por 51 municípios, como Almenara, Araçuaí, Capelinha, Carbonita, Diamantina, Jequitinhonha, Minas Novas, Palmópolis, Pedra Azul, Santa Maria do Suaçuí, dentre outros. Está situado no norte do estado. A região, que inicialmente pertenceu à Bahia (até o final do século XVIII), foi incorporada ao estado de Minas Gerais, após a descoberta de diamantes no tijuco (região de Diamantina). É, de fato, uma região amplamente conhecida devido aos seus baixos indicadores sociais e também ao norte é conhecida por ter caracteristicas do sertão nordestino.
   Não faz muito tempo, eu via uma reportagem sobre o trabalho escravo e insalúbre. O repórter então, disse haver uma cidade, abandonada pelo tempo, e que chamou de "cidade das viúvas de maridos vivos", já que os homens da lá viviam em outros estados, no corte de cana. E eis que a tal cidade era no Vale do Jequitinhonha.
   Em uma introdução áspera, com expressões fortes, ele descrevia o Vale como um dos lugares mais pobres do mundo, com um povo castigado pela seca e pela fome. E mostrava aquele lugar, dando ênfase as ruas de terra vermelha, casas de barro e lampião a gás, onde a civilização não chegou.
   O que quer que seja maior, a rachadura dos pés de quem trabalha, ou do solo seco desse Vale, pouco me importa. O que de fato prevalece, são as histórias que surgem do atrito do contato entre os dois.
   Talvez, se aquele repórter parasse, por alguns instantes, de narrar os desafetos daquele lugar, ele teria ouvido o canto singelo das lavadeiras na beira do rio. Se parasse de repudiar o barro simples das paredes,
veria os pés ágeis e livres dos meninos que corriam atrás da bola de meia, que lhes dava a alegria mais sincera ao cruzar a linha do gol, marcada por um par surrado de chinelos de borracha.
   Ele dizia que aquele era o Vale que as pessoas das grandes cidades não imaginavam existir. E eu, dizia, comigo mesma, que ele nem imaginava o que existe nesse Vale, detentor de exuberante beleza natural e cultural, com traços sobreviventes da cultura indígena e da cultura negra. Aqui, existem Marias, Josés, Antônios, Joanas, mulheres, moleques, homens, meninos... Existe gente, força, e arte!
   O Vale do qual eu desejo falar, mora do outro lado da moeda. Se veste de cores, carrega tambores, e canta louvores ao Deus que o criou.

   A música nunca entrou na minha vida. Ela já estava lá quando eu nasci... Nas cordas do bandolim de meu avô Ulisses, nas cordas vocais de minha tia Eloisa... É muito nítido pra mim a imagem da casa dos meus avós, com toda a minha família reunida, cada um com seu instrumento, e eu, ainda sem entender o que acontecia, correndo por entre pedestais e caixas de som com meus primos.
   O tempo passou, e fui descobrindo aquela musicalidade incansável, que, de repente, tomava proporções gigantescas dentro do meu peito.
   Volto a dizer que é muito forte a imagem do meu avô, quando falo da minha música interior. Quando me descobri musicalmente, eu morava na casa dele. E decidi aprender a tocar violão. Fazia aulas lá mesmo, com meu primeiro professor, Fábio. Meu avô, hora ou outra, interrompia a aula para dar palpites. Meu professor, então, teve que se mudar para outra cidade após um mês de aulas. Eu havia aprendido a fazer dois acordes e, nessa época, com 12 anos, fiz minha primeira música: Filho da Zabumba.
   Quando comecei a fazer aulas com o novo professor, eu entrei num universo mágico! Dessa vez, eu fazia aulas na casa de Tadeu Oliveira, que não só me ensinava novos acordes, mas me apresentou a Cultura do Vale do Jequitinhonha! Me mostrava CD's, me fez descobrir Paulinho Pedra Azul, esculturas de madeira de artistas do Vale. Me fez descobrir a vida nascida do barro de Lira, e a minha voz...
Coral Canta Minas, regido por Tadeu Oliveira

   Através do Tadeu, subi no palco pela primeira vez. Éramos em 15 pessoas. E na Casa da Cultura de Capelinha, em 2004, eu estava lá, entoando versos encantados da arte do povo do Vale! Por essa pessoa, mora em meu peito uma gratidão eterna. Tenho carinhosamente como meu "Pai Cultural", que desviou o meu olhar da imagem desgastada do Vale da pobreza, e me inseriu no Vale da grandeza cultural infinita.  
   Como eu gostaria que as pessoas descobrissem o Vale do Jequitinhonha como de fato ele é... Que vissem aquela imagem do barro trincado se tranformar nas imagens das bonecas e namoradeiras... Que vissem o sacrifício das mulheres de grandes trouxas na cabeça, se tranformar no ofício bonito do canto das lavadeiras... Que vissem os calos das mãos do trabalhador rural se tornarem causos, pra contar aos moleques, na beira da fogueira, na noitinha fria, calma, cheia de estrelas... E que conhecessem a voz de Verono, que tão bem cantou o amor ao Vale Jequi. Que conhecessem a voz de Pedro, que vai levando seu canto por novas fronteiras...
Artesanato Minas Novas

   Sempre me orgulhei de ser uma artista do Vale do Jequitinhonha. Para mim, não há no mundo, realeza ou título maior que esse! E minha dívida pessoal com o Vale, foi nunca ter feito uma canção pra honrar minha origem. Mas valeu todo o tempo que esperei, pois o resultado, não foi somente cantar o vale, mas minha própria essência.
   A essência é a parte imutável do ser. Ainda que eu viva em outros lugares, minha essência é do Vale. Ainda que o Vale sofra, sua essência é a pura arte.
   Espero que meu filho tenha a oportunidade de viver também os bons festivais, folias de Reis, e que um dia, veja a mulher que carrega na cabeça aquela pedra grande, em sacrifício, pedindo a chuva, pois nada, nem a chuva, nem a mulher, nem a pedra, nem a essência... Nada. Nada disso, me fugiu a memória.
  
Vale Encantado do Jequitinhonha... Onde é só gritar: Valei-me, Jequi!
E o "JequitiVale"...
Música e Paz!

Fotos:
"Mapa Minas", Wikipédia;
"Paisagem", por Alisson Zêra;
"Apresentação Canto Coral", Divulgação;

"Bonecas de Barro", por Maria Letícia.

domingo, agosto 22, 2010

Banda Maria Letícia

   "Maria Letícia", grupo formado por músicos do Vale do Jequitinhonha, que apresenta composições próprias, tem formação completa desde 15 de agosto de 2010, data em que fizeram o primeiro show, já como quinteto.
   Antes, como trio, com Maria Letícia, Marisa D'Carvalho e Homero Kaú, trabalhando com composições e arranjos dos mesmos, com um som acústico, agora contam com a diversidade e musicalidade de Gabriel Rocha, refazendo a história do grupo, e nova roupagem que as músicas ganham, a partir de então.
   No palco, o grupo faz uma verdadeira ciranda. Por serem todos compositores, cantores e multi-instrumentistas, revesam-se ao longo das apresentações, demonstrando grande capacidade e desenvoltura, tornando tudo mais agradável aos olhos e aos ouvidos de quem prestigia a arte, que é parte da essência de cada um.
   Pra quem já conhece o trabalho, acredito que torna-se evidente a qualidade ainda maior da musicalidade da banda. Para quem não conhece ainda, fica o convite para descobrir um pouco mais da trajetória desses cinco músicos que agora, juntos, prometem acordes ousados, arranjos bem elaborados, e um bom gosto musical incontestável!

BANDA MARIA LETICIA

  • Maria Letícia:

(VOZ E BACKING VOCAL)
 Musicista do Vale do Jequitinhonha, neta de Ulisses Batista, músico consagrado na cidade de Capelinha/MG. Teve o primeiro contato com os palcos por influência de seu professor de violão, Tadeu Oliveira, a quem tem carinhosamente como "pai cultural". Participou do "Coral Canta Minas" no projeto "É preciso Ousar Nesse Lugar" no ano de 2004, apresentando-se com o mesmo na Casa da Cultura e Café da Tarde. Marcou presença no Galpão Cultural (2004 a 2008, e 2010). Participação no Festival Gastronômico Jequisabor (Capelinha -2006/07 e Turmalina 2007). Em 2008, cantou na apresentação do Festivale (fevereiro) , e ainda na abertura e Mostra Musical do mesmo (julho/agosto), onde pela primeira vez mostrou seu trabalho como compositora. Voltou a participar do Festivale em 2010, ficando entre as 10 melhores composições, com a música "Essência". Fez ainda apresentações no Villa Cascais e importantes comemorações do Banco Bradesco e Rotary Clube. Atualmente, divulga o trabalho “Meu Jeito Xadrez”, canções que misturam ritmos e embalos resultantes da diversidade de suas influências. Orgulhosa de suas raizes, tras consigo a essência do Vale, agregada a cadência e estilo próprios.

  • Marisa D'Carvalho:

(VOZ, BACKING VOCAL, VIOLÃO 12 CORDAS, VIOLÃO 06 CORDAS, TECLADO)
Iniciou sua carreira em 1999 tocando em banda cover. Participou de vários eventos culturais, como Festur, Carboarte, Expoita e Festivale. Tem o domínio de vários instrumentos musicais e também compõe. Suas influências vão de grandes nomes da MPB como Ana Carolina, Cazuza; passando pelo Jazz e chegando ao Rock Progressivo nos nomes de Pink Floyd e Pearl Jam. Atualmente, é violonista da banda Maria Letícia e, em paralelo, trabalha em seu primeiro disco solo.

  • Gabriel Rocha:

(BAIXO)
Natural da cidade de Santa Maria do Suaçuí/MG, é baixista a cinco anos. Trabalhou com João e Ronaldo, João Paulo Kazak, Banda Delíriu's, Gerson e Nelson, Banda Kurtição, Banda Brother's, Ministério Aliança com Cristo, Banda Apocalípso, Banda Geração Urbana, Nego Brás e Banda, e mais recentemente com a dupla Maurélio e Daniel. Atualmente, contratado como endorser de marca de contra – baixo do sul do país.

  • Homero Kaú:

(VOZ, BACKING VOCAL, VIOLÃO 12 CORDAS, VIOLÃO 06 CORDAS, GUITARRA)
Nascido em Minas Gerais, músico desde os seis anos de idade. Estudou música erudita e popular no Conservatório Lobo de Mesquita na cidade de Diamantina. Tocou em várias bandas cover e aos 16 anos já se tornara profissional. Com influência dos melhores guitarristas do mundo, oferece um estilo bem próprio e original, juntando o country, o rock punk e hard core, com solos limpos e bem elaborados. Ajuda na criação de efeitos para bandas, trabalha como free-lancer, e trabalha na produção do seu primeiro CD solo. Suas composições são voltadas totalmente ao seu estilo forte e marcante, com pegadas firmes e objetivas.

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Grande abraço,

Música e Paz!

Fotos por K!U.