sábado, novembro 12, 2011

Uma Década!

   O mês de dezembro está chegando, e com ele datas muito especiais! É o momento de reencontrar as pessoas que gostamos, confraternizar com nossas famílias, agradecer pelas coisas boas que aconteceram durante o ano, e nos abraçar para suportar as perdas e os momentos difíceis, na certeza de que crescemos e nos tornamos mais fortes!
   Mas além das tradicionais festas, dezembro começará com dois importantes acontecimentos na minha vida, que virão juntos, No dia 06 de dezembro, é meu aniversário! E esse ano, terei um presente que me deixa muito orgulhosa: minha primeira composição, Filho da Zabumba, completa DEZ ANOS!!!
   Quando completei 12 anos, meu pai havia sido transferido para trabalhar em outra cidade, e foi quando morei algum tempo na casa do meu avô paterno, Ulisses Batista, que é meu maior exemplo!
   Um grande músico, que deu origem a uma família enorme e tradicional, de musicalidade ímpar! Cresci em meio a reuniões familiares regadas a muita música! De repente, diversos instrumentos surgiam de todos os lugares, como bichos que saíssem de suas tocas, e lá estavam todos: tios, tias, primos, primas... E o vovô... Dias inteiros de muita alegria, noites sem fim, eternizadas em fotografias como essa, de vovô e seu fiel companheiro de tantos anos: o bandolim!
   Quando me mudei pra casa do vovô, decidi aprender a tocar violão. Ainda me lembro da empolgação com que meu pai ouviu meu pedido, e na semana seguinte me trouxe um violão...
   Meu pai na época convidou sua colega de trabalho (hoje minha grande amiga com quem tive o prazer de dividir o palco tantas vezes), Dani Almeida, para me dar aulas de violão. Mas ela não pode e nos indicou Fábio Cordeiro, o Fabinho, que me ensinou meus primeiros acordes!
   Eu me lembro do vovô passando de cinco em cinco minutos na sala pra dar palpite na aula! E minha madrinha brigando com ele de vez em quando pra ele deixar o Fabinho me dar aula!! São lembranças muito especiais!
   Os primeiros acordes que eu aprendi foram Lá menor e Ré! Boa memória?? Não! Nada disso! É que de repente eu decidi tentar escrever uma canção, e eram esses os únicos acordes que eu sabia! E foram eles a base para construir minha primeira letra.
   Com meus doze anos recém completados, uma cabeça cheia de coisas, apenas dois acordes, e a musicalidade que nasceu comigo e que foi crescendo com a convivência familiar, escrevi  minha primeira canção: Filho da Zabumba!
   A letra fala de mim. Da minha visão de quem eu era naquele momento ("Eu sou assim, não posso ser ninguém! A hora que se foi agora vem. Mas não é hora de me apavorar! O tempo voa e agora eu vou voar...), da minha consciência de que havia muito o que aprender, descobrir e explorar a partir dali, tanto sobre a minha idade quanto sobre a descoberta do meu dom de compor ("Sou veleiro a velar"), das incertezas ("Pode ser que eu vá lá... Pode ser que eu fique aqui. Mas onde eu estou?"), da vontade adolescente de ousar ("Eu vou cair da ampulheta naquela duna de areia. Não! Não tente me pegar!"), da minha afinidade com a música e a cultura popular ("Sou o filho da zabumba") aliada a minha relação tão intima com o abstrato ("Sou a vela cor-de-rosa que ilumina todo o chão. Sou queda de cachoeira, sou o rio e corro em vão..."), que mais tarde se tornou um marco no meu jeito de compor, presente em boa parte das minhas composições.
   O tempo passou. Hoje, prestes a completar meus 22 anos, com quase 40 composições, fico muito feliz em relembrar tudo o que essa canção me proporcionou e o quanto ela tem significado na minha vida! Lembro quando um amigo me disse "Nem que você faça mil canções, você nunca mais vai escrever uma letra assim...". Hoje eu entendo o que ele quis dizer... Ela tem a pureza de um dom nunca antes explorado... Ela é mágica!
   Ela que ganhou sua primeira versão gravada (aquela disponível no player do início do blog!) em 2007, com arranjos de João Paulo Kazak. Teve seu grande momento em nossa apresentação no Lapa Multshow em 2010, já com Homero Kaú e Marisa D'Carvalho me acompanhando, e com a participação especial do percussionista Sayle Winícius... Ganhou uma homenagem em vídeo por Raul Ribeiro, com fotos de Kiu Meireles. Foi apresentada pela primeira vez com banda completa no Matriz, em Belo Horizonte/MG em agosto/2010. E atualmente com quase 8.000 downloads no Palco MP3!

Lapa Multshow, abril/2010.   

   Uma década... Um momento único! Que merece o que há de melhor para ser comemorado e lembrado pelos próximos dez anos! Há alguns meses de lançar nosso primeiro CD, já reservamos um espaço especial para "Filho da Zabumba", que virá em dose dupla no disco!
   Mas como a gente sempre faz MUITA questão de lembrar, relembrar, enfatizar, grifar, sublinhar, afirmar e reafirmar: Vocês são parte dessa história! Uma parte muuuuuito importante, afinal de contas, a gente apenas faz, e sem vocês para receberem o nosso trabalho, não seríamos ninguém!
   Então queremos convidar todos vocês a comemorar conosco, editando um vídeo muito especial! Queremos que vocês gravem vídeos cantando "Filho da Zabumba" e mandem pra gente! Pode ser tocando, a capela, dançando, com performance artística, sozinhos, acompanhados, e mesmo sendo desafinados!! Vamos fazer um único vídeo com um pedacinho do vídeo de cada um que nos enviar!!!

Mas atenção: Vamos escolher os vídeos melhores no que diz respeito a qualidade de imagem e áudio! Os vídeos devem ter imagem e áudio nítidos!!!

   Contamos com vocês para comemorar esse grande momento!

Um grande abraço,
Música e Paz!

Não sabe a letra? Clique aqui!
Envie seu vídeo para: marialeticia.contato@hotmail.com

quinta-feira, outubro 06, 2011

...3...2...1... Recomeço!

   Esqueça tudo aquilo que você sabe sobre Maria Letícia. A musicista há dois meses vem reestruturando seu trabalho ao lado de Homero Kaú, responsável pela produção e arranjos das composições, que unem irreverência e contemporaneidade a tradição que marca a trajetória desses músicos do Vale do Jequitinhonha. “Embora sejamos do Vale e tenhamos recebido forte influência cultural, nossa musicalidade foge ao regional. Nosso som hoje é o resultado das nossas mais diversas experiências musicais, o que torna difícil atribuir um estilo ao que fazemos. Mas acredito que isso nos permita definir de modo original nossa identidade, dando margem para o surgimento de novos contextos musicais.” – diz Letícia que, aos 21 anos, considera-se imatura e inexperiente musicalmente para optar por uma só vertente. “Ainda não ousei em todos os estilos. Acredito que ainda há muito que acrescentar nessa mistura, até que eu possa me dar por satisfeita. Vou fazendo alquimia e transformando o que vou aprendendo, em meu próprio gênero musical.” – completa, dizendo ainda que recentemente, tem gostado de bandas como Coldplay e Paramore.
   A banda está com novos integrantes. Marisa D’Carvalho forma com Letícia e Homero, um trio chamado por eles de “essência”, pois estão juntos desde o início do projeto, que esse mês completa dois anos. A início, fizeram algumas apresentações somente como trio, no entanto, após a apresentação no Lapa Multshow em abril/2010, com a participação dos percussionistas Sayle Winícius e Carlinhos Ferreira, sentiram a necessidade de uma “cozinha” na banda. Foram várias tentativas, várias parcerias com outros músicos, até que em maio/2011, Marisa também se afastou do projeto.
   Letícia e Homero continuaram trabalhando juntos, produzindo o EP “Jeito Xadrez”. Durante esse tempo, participaram juntos do Galpão Cultural em Capelinha/MG, em sua última edição. Aquela seria apresentação que fecharia um ciclo. Passariam então a dedicar o tempo exclusivamente a produção do disco, e voltariam aos palcos para o seu lançamento.
Luiz Felipe (baixo)
Débora Costa (percussão)
   Era chegado o momento de reformar a banda para a gravação das músicas. Seria necessária uma formação instrumental condizente a qualidade que desejavam lançar. Com Letícia no vocal e Homero na guitarra, convidaram os músicos Luiz Felipe e Débora Costa para assumir, respectivamente, o baixo e a percussão. Marisa voltou a ser a violonista do projeto, que já não seria mais apenas para a produção de um demonstrativo com cinco canções, mas um álbum, com 12 composições de Maria Letícia. “São dez anos compondo! Imagine quantas músicas estão guardadas esse tempo todo, esperando a oportunidade gravar?! O difícil foi escolher só 12... Mas foi bem melhor que escolher só cinco! (risos)” – brinca a vocalista.
   Entre as canções selecionadas para o disco, estão “Canção Por Nada”, escrita em parceria entre Letícia e Homero, e “Essência”, uma homenagem ao Vale do Jequitinhonha. “Filho da Zabumba” virá em dose dupla, ganhando uma nova versão em jazz que entra como faixa bônus no álbum. “Foi minha primeira composição, e esse ano completa uma década! Ela merecia uma posição de destaque.”
   Para quem acompanha o trabalho da banda, falta pouco para que tenham a possibilidade de conhecer mais do que esses “meninos de vinte e poucos anos” são capazes de fazer. Uma perfeita combinação entre bom gosto musical, talento e dedicação! “Estamos ansiosos pelo resultado! Por mais que a gente já cante essas canções há muito tempo, fica a vontade de ver tudo pronto. É gostoso ver as canções ganhando forma a cada ensaio... Mal podemos esperar para que as pessoas comecem a comentar sobre nosso disco! Queremos saber o que todos vão pensar, depois de todo esse tempo trabalhando pra fazer o nosso melhor!”


    
  • Para informações sobre ou reserva de CDs:
Twitter: @musicaepaz

sexta-feira, julho 22, 2011

"Maria Letícia" no Galpão Cultural 2011

   Confesso que tudo em minha vida tem uma lente de aumento acima. Coisas aparentemente pequenas, tornam-se, inevitavelmente, grandes acontecimentos. Isso, na maioria das vezes gera decepções, graças a grande expectativa criada para tudo. No entanto, existem momentos que superam surpreendentemente toda a minha previsão dos acontecimentos, de forma positiva.
   Ontem nos apresentamos no Galpão Cultural 2011. De todas as edições que já participei, essa, sem dúvida, teve um sabor especial, e ficou marcada!
   Acreditar se torna mais fácil quando existem pessoas que caminham conosco nessa mesma idéia. Ontem, pude perceber que não são poucas as pessoas que apostam em nós, que nos defendem, e querem o nosso sucesso.
   Nossa apresentação começou as 22h, e fomos apresentados por Tadeu Oliveira, o responsável por eu ter chegado aos palcos, e que hoje me acompanha e me apoia em toda essa caminhada. É sem dúvida, um grande parceiro nessa caminhada.
   Fiquei tímida com tantos elogios tecidos por ele ao falar do meu trabalho! O texto da apresentação foi divulgado em seu blog, Canta Minas:
   "O palco do Galpão Cultural Dete Sampaio recebe hoje, na minha opinião, uma das melhores revelações musicais de Capelinha e região. Tenho certeza absoluta de que ainda haveremos de ver essa menina despontar para o cenário da música mineira por se tratar de uma excelente cantora e compositora..."
   Mais um motivo para tornar a apresentação especial, foi a presença de meu grande amigo, produtor musical, arranjador, violonista, guitarrista, compositor, Homero Kaú! Participando pela primeira vez do Galpão, ele nos deu a honra de ouvir algumas de suas composições, como "Luísa", "Por Ela" e " Azar o Seu".
   Tudo que eu possa dizer, não é suficiente pra fazer entender o quanto me sinto privilegiada em ter alguém de tanto talento ao meu lado, me ajudando a crescer, a aprender, e a chegar cada vez mais perto do meu ideal, que é fazer com que nossas canções cheguem cada vez a mais pessoas. Sou muito feliz por poder, antes de qualquer coisa, chamá-lo de amigo!
   E por falar em talento e amizade, esse ano, mais uma vez, dividi o palco com Dênnis Batista e Júlio Penna! Dênnis, que além do sax, apresentou-se também no violão, apesar de sua insegurança, é sempre impecável em suas participações, que esse ano, foram merecidamente maiores.
   Júlio tornou nosso show ainda melhor. Grande percussionista e parceiro! Ele já me acompanhou em outras apresentações, como no Festivale/2008 e Galpão/2010, e dessa vez, veio nos emprestar o seu talento em um show no qual priorizamos nossas canções autorais.
   Uma apresentação feita com muito carinho, e recebida por pessoas de suma importância em nossas vidas! Além dos amigos que estavam no palco, nos assistiam outros grandes amigos, como Pedro Oliveira, filho do meu pai cultural, que veio de BH para nos ver, Cláudia Júlio, uma nova grande amiga que ganhei, Douglas Lima, com quem dividimos algumas histórias e canções durante a tarde, Kênnya Amorim, que nos acompanha todos os anos no Galpão, na primeira fila... Foi muito bom ver amigos que há muito tempo eu nâo via, como Alexandre Macedo, sempre acompanhando nosso trabalho mesmo que a distância, Maelson Rocha que demonstra sempre tanto carinho com nossas canções... Além de tantas outras pessoas que sempre estão conosco, como Edelvan Alves, Pedro Santos, Cláudia Amaral, Silvana, Michelle Rocha... Sou muito grata pela fidelidade de vocês, e espero poder vê-los sempre em nossas apresentações, com essa energia que nos impulsiona, nos convencendo de que estamos no caminho certo.
   De todas as alegrias que a nossa participação no Galpão poderiam ter nos trazido, indiscutivelmente, a maior delas se resume em uma palavra: FAMÍLIA!

Odete e José, pais de Homero Kaú.
   Fiquei muito emocionada em receber a família do Homero em minha casa, e me senti acolhida com o olhar atento deles enquanto estávamos no palco. Sua mãe, Odete, seu pai, José, e sua irmã, Raquel, são pessoas iluminadas... Pude compreender o porque do Homero ser tão especial... E aos poucos fomos percebendo as teias invisíveis que a vida tece: há anos atrás, meu tio e Odete foram grandes amigos em Carbonita; Tadeu Oliveira havia se hospedado na casa deles e vaticinou sobre Homero, quando ainda pequeno, tocando violão em casa. Nesse show, todos se reencontraram. Deus escreve nossa história, mesmo muito antes de tomarmos consciência das coisas! Talvez estivesse nos planos de Deus o meu encontro com Homero, e esses tantos encontros apenas quisessem assegurar que de alguma forma, nos descobriríamos, pra fazer maiores as nossas canções. Espero algum dia contribuir em algo na musicalidade dele, embora seja dificil pensar em algo, já que ele é tão completo em tudo que faz. Minha música, incontestavelmente, se tornou arte com a chegada dele, e espero que nossos caminhos estejam eternamente ligados! Não sei o que seria da minha canção sem ele...
     Não acredito que eu seja a melhor pessoa para expressar sentimentos, mas foi único ver meu avô, Ulisses Batista, bem em frente ao palco, com toda a família, pra nos assistir. Eu me lembrei das histórias que ele contou, do tio que tocava pistom, do pai que tocava acordeon, do sonho que ele tinha que alguem tivesse gravado sua composição no bandolim... De crescer vendo ele sair com o grupo de seresta pra tocar... E tudo aquilo me fez mais forte, porque me senti amparada.
   Ao mesmo tempo, com medo. Toda a família está acreditando nesse sonho comigo... Já prestes a começar o show, lembrei do abraço de Tia Lu, depois que nos apresentamos no Lapa Multshow, quando ela disse "Meus parabéns! Realize esse sonho que sua tia não pode..." , e do meu primo Renato, dizendo que estava orgulhoso de mim, depois de ouvir minhas canções...
   Meu pai, como sempre, estava ali, bem em frente ao palco, ajudando em tudo, ora admirando, ora repreendendo, mas tudo pra que eu fizesse o melhor! Ele que está sempre em algum cantinho da sala pra nos ouvir ensaiar, ou ajudando  carregar os instrumentos... Ele que acreditou em mim mesmo quando eu mesma duvidei. Percebi, que a vida toda eu quis que as pessoas me conhecessem por minhas composições, e acreditassem no meu trabalho como compositora. Mas que as pessoas mais importantes para a minha história, já estavam todas ali, acreditando, sonhando, caminhando comigo, em um mesmo ideal. E nada que eu possa realizar sobre os palco, nunca vai se comparar a nossa velha caixa de som, bandeijas, colheres e sorrisos, no fundo da casa de vó. Será sempre minha maior referência, minha maior esolha. Meu maior orgulho!
   Eu vou guardar esse dia, em que a microfonia as vezes quis roubar a cena, mas não imagina a força do meu santo e de quem me acompanha!

Muito obrigada a todos!
Música e Paz!

Maria Letícia
  

sexta-feira, julho 15, 2011

Galpão Cultural 2011

   É chegada a hora de mais um Galpão Cultural!
   Esse ano, trás diversas novidades. A começar pelo novo nome, que homenageia a professora Odete Sampaio (in memorian).
   O espaço passava por reformas desde novembro/2010, visando proporcionar maior conforto para todos que prestigiam o evento.
   A programação terá início nesse sábado, 16 de julho. Com novas instalações, em um espaço mais amplo, o público será recebido com apresentações musicais de ótima qualidade, deliciosas comidas típicas, além de apreciar o artesanato local e regional.
  


   Veja a programação, e venha nos prestigiar!
   Entrada gratuita.

16 de Julho
SÁBADO
20:30 - Feira de Artesanato
21:00 - Banda AMUC
22:00 - ANIM´ART
00:00 - Banda Odilara

17 de Julho
DOMINGO
20:30 - Feita de Artesanato
21:00 - Grupo Adahun
22:00 - Osmar Lins
00:00 - Podrigo Pirez e Julio Penna

18 de Julho
SEGUNDA-FEIRA
20:30 - Feira de Artesanato
21:00 - ANIM´ART
22:00 - Coral Vozes das Veredas
00:00 - Fátima Neves e Filhos

19 de Julho
TERÇA-FEIRA
20:30 - Feira de Artesanato
21:00 - Banda Amuc

22:00 - Maria Letícia
Maria Letícia (voz / violão).
Homero Kaú (voz / violão / guitarra)
Part. Esp.:
Dênnis Batista (violão / sax alto)
Tadeu Oliveira (voz / violão)
Júlio Penna (percussão)
 

00:00 - Guilherme Pimenta e Júlio Penna

20 de Julho
QUARTA-FEIRA
20:30 - Feira de Artesanado
21:30 - Banda de Música Prof. Geraldo Magela
22:00 - Jéssica Souza
00:00 - Valter Dias

21 de Julho
QUINTA-FEIRA
Madrugada no Galpão
(Jederson Cordeiro)

22 de Julho
SEXTA-FEIRA
Madrugada no Galpão
(Banda Akasus)

23 de Julho
SÁBADO
Madrugada no Galpão
(Gleisinho e Rafaela)

24 de Julho
DOMINGO
Almoço no Galpão
(Marco Aurélio)
Reserve sua mesa pelos telefones:
   (33) 9108 - 0498
   (33) 9132 - 0017

   Contamos com sua presença!

Grande abraço,
Música e Paz!

Fotos:
Galpão Cultural: Tadeu Oliveira.
Maria Letícia: Kiu Meireles.

sexta-feira, junho 03, 2011

Interatividade!

   Foi confirmada a apresentação de "Maria Letícia" no Galpão Cultural desse ano, que acontecerá de 16 a 24 de julho, em Capelinha/MG.
   Queremos a ajuda de vocês que, carinhosamente acompanham nosso trabalho, para montar nosso repertório para o evento!
   Deixem nessa postagem, através de comentário, sua sugestão de músicas que gostariam que nós interpretássemos.
   Selecionaremos as melhores sugestões para incluir no nosso show, que acontece no dia 19/07!
   E então, mãos a obra?


Você é a peça mais importante, pra que nossa história esteja completa!
Grande abraço,
Música e Paz!
Maria Leticia

terça-feira, maio 31, 2011

A Menina Dos Pés Descalços

"É que rosa menina passou toda a vida com os pés no chão..."

   Ouvi muitas pessoas se referirem a mim como "a menina dos pés descalços", depois de me assistirem em alguma apresentação. Por tantas outras vezes, me perguntaram o por que de nunca cantar calçada. Há alguns minutos atrás, respondi a essa pergunta mais uma vez...
   Decidi, então, contar aqui, pra todo mundo de uma só vez, essa histórinha breve, e com menos magia do que talvez as pessoas esperamm ouvir quando questionam isso.
   A primeira vez que subi no palco carregando o meu nome foi em 2004, em minha estréia no Galpão Cultural. Eu já havia cantado uma ou duas vezes antes, mas com outras tantas pessoas, e carregávamos o nome do Coral. Mas ali, seria o momento em que as pessoas veriam a mim. Individualmente. Sem outras vozes pra eu esconder os semitons fora do tom, da minha voz.
   Quando pequena, eu tinha duas primas da mesma idade que eu, e elas foram morar em outra cidade. Me restou crescer brincando com os meninos. E eu fui me tornando um molequinho! No quintal da casa de minha vó paterna, sempre descalça. Dentro da piscina vazia, chinelo pra gente, só servia pra marcar as traves do gol na hora de jogar bola!
   O tempo foi passando, e eu já havia me acostumado com os pés no chão. Por mais que meu pai brigasse, ou que a vovó tentasse me convencer de que eu pegaria um resfriado terrível!
   Pois bem, lá estava eu, assistindo a apresentação dos meus amigos, quando me avisaram que eu seria a próxima a subir no palco. Eu estava muito nervosa. Medo de errar a letra, medo de me atrapalhar. Medo. Comecei a tremer muito. E quando subi no palco, mal podia me equilibrar no salto do sapato! Minha primeira reação foi tirá-lo. Do contrário, eu acabaria por torcer o pé, ou mesmo caindo, já que as pernas já estavam sem controle, tamanha era minha ansiedade, meu receio.
   Dobrei a perna afim de alcançar os pés e retirar o sapato. E quando meu pé voltou a tocar o chão - dessa vez nu -, como que num passe de mágica, o tremor passou. As pernas recobraram o controle, os batimentos cardiacos voltaram ao normal, as mãos já apresentavam algum sinal de calor (estavam tão geladas que dificilmente alguém acreditaria que de fato eu estava viva).
   Acredito que naquele momento, meu organismo identificou a situação, como se eu estivesse em casa, completamente a vontade, e sem nada que pudesse me tirar a calma. Ou talvez, tenha associado as tardes confortáveis de futebol na piscina, amparo de casa de vó. Não sei! Fato é, que aquilo me tranquilizou instantaneamente.
   Uma imagem em especial me vem a memória quando me lembro disso. Na época em que ensaiávamos na Casa da Cultura, para a primeira apresentação do Coral, havia um grupo ensaiando para uma peça de teatro, que seria na mesma noite em que cantaríamos. Lembro-me de Paulo Rehfeld, professor de teatro, tirando os sapatos, e advertendo aos seus alunos do respeito que era preciso ter com os palcos, aos quais ele se referia como "solo sagrado".
   Talvez todo aquele tremor e descontrole antes de subir ao palco, fosse apenas o palco, me cobrando todo o respeito que ele merece.
   E desde então, aquela rosa menina, que passou toda a vida de pés no chão, reverencia o solo sagrado com a nudez de seus pés, e é quando ocorre a fusão entre a sua essência e a magia dos palcos.
Maria Letícia

quinta-feira, maio 19, 2011

Galpão Cultural: Novidades e Melhorias

   Acontece anualmente em Capelinha/MG, a festa do "Capelinhense Ausente", esse ano, em sua 25º edição. Um evento já tradicional, organizado no intuito de receber os filhos da cidade que se mudaram para outros locais, pelos mais diversos motivos.
   A festa é precedida pelo '"Galpão Cultural". Com programação a partir do sábado que antecede a semana do Capelinhense, trás, para a abertura, bandas do cenário independente, como os grupos Boneco de Pano e Nem Secos, que estiveram nas ultimas edições. Os dias seguintes são reservados aos músicos da região, mostrando a qualidade e diversidade musical, cada vez maiores em nossa cidade.
   Minha primeira participação no Galpão foi em 2004, com Tadeu Oliveira e Ediana Leite. A partir de então, passei a ser convidada todos os anos, dividindo o palco com grandes amigos, como Júlio Pena, Sayle Winícius, Jefferson Cordeiro, Dani Almeida, entre outros.
   Esse ano, o evento conta com algumas novidades. Antes, adaptado em um espaço pertencente a Praça de Esportes de Capelinha, havia grande dificuldade de acomodação do público, além de algumas condições que desfavoreciam as apresentações, como no último ano, quando o palco ficou dividido por uma pilastra no meio, para sustentar a estrutura do telhado, que cedia.
Júlio Pena, Dênnis Batista, "a pilastra", Maria Letícia
   Embora permaneça no mesmo local, diversas mudanção foram realizadas, tudo para que o ambiente se torne mais cômodo, confortável, maior e mais acessível. As obras tiveram início em novembro/2010, e a previsão é de que esteja tudo pronto agora em maio, com dois meses de antecedência a festa.
   O novo espaço terá bar e cozinha, novos banheiros femininos e masculinos, além de banheiros adaptados para portadores de deficiência. O piso do Galpão será alinhado ao do Parque de Exposições, facilitando a acessibilidade. O palco ficará mais alto e maior.
   Ansiosa por ver o resultado!
   Está chegando a hora...

Grande abraço,
Música e Paz!
Maria Letícia

segunda-feira, maio 16, 2011

Reconhecimento & Premiações

   Trago algumas boas notícias, um pouco atrasadas, mas ainda em tempo de comemoração!
   Algumas premiações que merecem nosso reconhecimento!

Cardápio Cultural AeC
   Além do trabalho solo e do projeto "Maria Letícia" o músico, arranjador, produtor musical, compositor Homero Kaú, é integrante da  Banda Toilet que ficou com o primeiro lugar no festival do Cardápio Cultural AeC, com as músicas "Novela", "Contrato" e "Saindo do Armário". Todas, composições da vocalista Iza, e arranjos de Kaú. A banda conta ainda com os músicos Akio Aoki (Tumati) no baixo, e o baterista Phill Sá.
 

Confira os vídeos:
Música: "Novela"
Músicas: "Contrato" e "Saindo do Armário"

Prêmio Wedding 2011
   O fotógrafo e artista plástico Cristiano Meireles (Kiu), nosso grande amigo que nos acompanha sempre que possível em nossas apresentações, e participará da produção do disco "Jeito Xadrez", levou o primeiro lugar do Prêmio Wedding Brasil de Fotografia de Casamento, o maior concurso de fotografia da América Latina. Com ele, concorriam renomados fotógrafos do Brasil, Argentina, Uruguai, dentre outros países. Eram mais de 620 fotógrafos, com mais de 6.200 fotografias!
   Confira, abaixo, as fotos premiadas:


Outras informações na página do fotógrafo Jivago Sales.
   Independente dos títulos que lhes foi dado, eu sempre me orgulhei muito de tê-los ao meu lado, acima de tudo como amigos, como irmãos de jornada, de caminhada, de história. E só cresce o meu orgulho em ver que a cada dia mais pessoas conhecem e reconhecem os seus talentos! E agradeço muito por dividirem toda essa arte, e o dom divino que Deus lhes deu, comigo.
   Vocês merecem o que há de melhor!
Grande abraço,
Música e Paz!
Maria Leticia

domingo, maio 15, 2011

Nove meses: Hora de (re)nascer!

   Iniciar uma caminhada requer ousadia. Avançar o primeiro passo, apoiado apenas em uma idéia, sonho ou vontade, sem qualquer garantia de que teremos êxito, sabendo que estaremos sozinhos, guiados e protegidos pelas mãos de Deus.
   Ao longo do percurso, rumo ao que aspiramos, encontramos inúmeras pessoas, também caminhando até seus anseios, tornando nosso jeito xadrez. Isso porque, haverão aqueles que cruzarão nossas vidas em algum ponto, mas passarão, deixando alguma lembrança. Infelizmente, nem todas estas retas perpendiculares deixam marcas positivas.
   Mas é preciso seguir em frente...

"Pior do que aprender com os erros,
é passar por eles e não aprender."

   No entanto, existem pessoas que permanecem em nossas vidas, não importa quão distante estejam, ou quanto o tempo passe. Caminham conosco por toda a vida. Essas, são as retas paralelas do nosso xadrez: embora nunca se cruzem, seguem lado a lado, numa mesma direção.
   Nesse momento, estou em uma daquelas pausas que costumamos fazer para olhar para trás, avaliar, relembrar, reviver, pesar... Pensar... É quando tomamos consciência de tudo o que tem acontecido em nossas vidas, e que muitas vezes, deixamos passar despercebido, em uma perseguição incessante atrás de um objetivo  que estabelecemos a tanto tempo, que nem faz mais sentido alcançar. E com isso, perdemos a oportunidade de celebrar as pequenas coisas da vida.
   Uma vez ouvi do meu melhor amigo, que quando criança, o sonho dele era trabalhar, para ter uma casa com uma piscina para encher de Danoninho. Hoje, eu me pergunto se ele tem ao menos um potinho dentro da geladeira...
   É tão abstrato quando as pessoas falam da morte... Não que eu ache certo tornar-se neorótico, esperando a morte a cada volta do ponteiro no relógio. Mas de fato, não sabemos o que vai acontecer. E se o seu momento for antes que o ponteiro complete outra volta, o que você fez pra se orgulhar do tempo que teve pra viver? Ficou rico? Algum troféu? Ajudou alguém? Você se ajudou? Há uma enorme diferença entre estar vivo, e   v i v e r...
   Quantos sonhos você atropelou em busca da estabilidade, de uma profissão que não era a que você sonhava, mas o salário era melhor... Talvez você até já tenha pedido um outro sabor de sorvete, que não fosse o seu favorito, porque não tinha aquele que você gosta, só pra não deixar de tomar sorvete. Ou talvez você tenha deixado de descobrir um sabor melhor porque nunca experimentou um diferente, sempre o mesmo! O veneno da humanidade chama-se comodismo.
   De repente, sinto que essa pausa para refletir me fez mais leve. Quando comecei a escrever, eu tinha um enorme peso, pelas inúmeras dificuldades que tem aparecido em minha vida, como bichos saindo das tocas. Mas agora percebo o quanto tenho crescido, aprendido, melhorado.
   Tenho o privilégio de ter em mim um tanto de Pequeno Príncipe, e um "quê" de Peter Pan. Não por não querer amadurecer, mas por conseguir manter o meu ser criança, com todos os seus anseios e empolgações. Além do mais, ao olhar para o lado, vejo as mais fantásticas pessoas caminhando comigo.
   É hora de renascer. A casca que o sofrimento deixou, eu abandono bem aqui, para crescer ainda mais. Coloco mais um ponto final, para recomeçar. Tudo outra vez...
   Agradeço imensamente a aqueles que estiveram comigo até agora, e que permanecerão ao meu lado. Aos que eram perpendiculares, obrigada pelo bem ou mal que me fizeram. mesmo que passageiros, vocês fazem parte dessa história, ainda que a intenção fosse destruí-la.
   Vamos em frente em mais um mês, com garra, luta, esperança, perseverança, fé, música e paz!  

Respeito

   Há uma semana atrás, quando chegamos no local onde nos apresentaríamos, não havia um grande público. Já era esperado, já que, na mesma data e horário, aconteciam outras festas mais populares aqui na região.
   No entanto, não nos desanimou. Aliás, aquela altura, nada mais nos desanimaria após tudo o que passamos para que essa apresentação acontecesse.
   Quando subimos ao palco, aconteceu algo que me chamou muito a atenção. Havia uma pessoa bem a minha frente, que demonstrava enorme satisfação em nos assistir, e cantava todas as nossas músicas.
   Talvez, para muitos, isso não seja um grande acontecimento, tendo em vista as milhares de pessoas que acompanham os renomados cantores, e cantam suas músicas, religiosamente. Mas para mim, é de um valor enorme, pois ouvi muitas vezes diversos conselhos para não cantar minhas composições, e interpretar músicas famosas, para que o público se sentisse mais "a vontade" no show, diante do que já lhes fosse conhecido.
   Por aquela única pessoa, digo que vale a pena toda o esforço que temos feito para divulgar nosso trabalho autoral, nosso nome. E é pelo nosso nome, que fizemos tamanho esforço em nos apresentar nesse evento.
   Acima de tudo, todo esforço e dedicação para estarmos ali, foi por RESPEITO a uma, duas, ou quantas pessoas estivessem presentes, por nossa causa. E será sempre assim. Porque o nosso nome só existe por causa de um público, que mesmo pequeno, nos é fiel, que canta com tamanha devoção as canções que um dia, fomos aconselhados a não cantar.
   Eu agradeço por todo esforço de Marisa e Homero, que são a essência da família "Maria Letícia", e que fizeram uma viagem tão cansativa, para fazer meio show. Agradeço ao Akio (Tumati) pela presença e pelas risadas, que ajudaram a aliviar a tensão e o cansaço. Agradeço a minha família pelo apoio, e por aguentar o stress das duas semanas que antecederam o show, diante de tantas dificuldades, em especial, ao meu irmão, Dênnis Batista, por se apresentar conosco (sax alto), a Tia Sônia, que nos ajudou com o transporte da banda, e a Vovó Helena, pelo meu figurino! Agradeço aos músicos capelinhenses Luciano e Dudu, por terem aceitado o desafio de tocar conosco de ultima hora, e também ao percussionista Júlio Pena, que mesmo não tendo tocado conosco por causa dos imprevistos, está sempre disposto a participar conosco! Agradeço ao Agnaldo (Tenda Nova) pelo apoio com o transporte da banda.
   Mas o meu agradecimento especial hoje, é para meu pai cultural, Tadeu Oliveira, e os grandes parceiros Lydinha e Sérgio Meirelles. Essas três pessoas foram as grandes responsáveis para que nós pudessemos honrar com o compromisso da apresentação.
   Eu já nem tenho mais o que dizer do Tadeu... Ele me apresentou o sabor surreal de estar nos palcos, e se dispõe a me ajudar sempre que preciso. Nossa amizade, nossa convivência tem um valor inenarrável. Serei eternamente grata, não aos favores, mas a cumplicidade! A Lydinha e o Sérgio estão sempre apostando no meu trabalho e apoiando mesu projetos. E por ter pessoas assim ao meu lado, é que a acredito cada vez mais na força que temos em nossas mãos, na possibilidade de fazer diferente, e fazer a diferença!
   Agradeço ainda, a organização do evento, pela oportunidade, acima de qualquer coisa, de crescer como pessoa, como musicista, e conhecer aqueles que de fato estão a meu favor nessa luta em fazer acontecer a nossa musicalidade. Com certeza, depois de tudo isso, tenho muito mais fé em minha capacidade e nos meus! Sei, mais do que nunca, que, enquanto estivermos juntos, e com o olar em Deus, nada nos impedirá de vencer!
   E aquelas pessoas que cantaram as nossas canções, MUITO OBRIGADA! Vocês fizeram meu coração maior! É por vocês todo o esforço, toda a voz, todas as canções!
Música e Paz!
Maria Leticia

sexta-feira, maio 13, 2011

ESTAMOS EM OBRAS!!!

   Visando trazer sempre o que há de melhor para todos vocês que acompanham nosso blog, estamos revisando nossos textos, estética, e o conteúdo em geral. Pedimos desculpas pelos transtornos.
   Em breve, voltaremos, de carinha nova.

Agradecemos por sua visita.
Contamos com sua compreensão!
Até breve!

Grande abraço,
Música e Paz!
Maria Letícia


.

quinta-feira, maio 05, 2011

Terceiro Dia - Festival de Animação e Arte

   Nessa sexta-feira, mais uma vez, encontramos a casa cheia! O Festival tem alcançado um número excelente de público nas apresentações!
   Hoje, estiveram no palco os alunos da Escola Estadual Doutor Juscelino Barbosa. Desenvoltura, impostação de voz, cenário, figurino... Estiveram impecáveis! Fizeram por merecer o título "espetáculo".
   Espero que após o Festival, tenhamos a oportunidade de assistir a novas peças dessa turma, que inicia agora seus passos. Esse é apenas o início, e torço muito para que esse espaço esteja sempre recebendo atividades assim, tão bem realizadas!
Peça: O Velório
Autor:
Ano:
Gênero: Comédia.
Resenha:
Personagens:
Elenco:
Direção: Ivânia

OS DADOS DA PEÇA SERÃO POSTADOS EM BREVE! DESCULPE-NOS!

sexta-feira, abril 29, 2011

Segundo Dia - Festival de Animação e Arte

   Mesmo estando muito doente, decidi me esforçar ao máximo para prestigiar aos pequenos atores da Escola Estadual Coronel Coelho, que se apresentaram nessa quinta-feira. Todo o meu esforço e expectativa foram superados com uma apresentação lindissima!
   Uma peça linda, cheia de sensibilidade, impecável na impostação de voz, presença de palco... Simplesmente deliciosa de assistir!
   Tenho certeza de que a comoção foi geral, quando aqueles meninos começaram a chorar no final da peça! Eles agradeciam de forma tão sincera, que é único das crianças, dizendo que o teatro era tudo na vida delas... Vidas que estão apenas começando, mas tenho certeza, de que na direção certa!
   Eu agradeço muito aos pais dessas crianças, por terem ido assistir a peça, pelo incentivo tão lindo que tive a oportunidade de presenciar nos bastidores. Agradeço, mais uma vez aos integrantes do Grupo Anim'Art, pela iniciativa maravilhosa de realizar esse Festival, nos dando a oportunidade de conhecer grandes artistas, e por fazê-los descobrir a própria arte! E em especial, parabenizar ao diretor da peça, Tiago, que conseguiu fazer com que as crianças mantivessem sua essência, e por meio dela, transbordassem pureza naquele palco!
   É uma honra poder receber essas doses diárias de arte, feita com tanta dedicação!
Peça: A Formiguinha e a Neve
Autor: Adaptação de João de Barro (Braguinha).
Ano:
Gênero: Infantil
Resenha: Um exemplo de superação das dificuldades, na esperança de sempre alcançar os objetivos. A formiguinha durante um dia de trabalho, prende o pé, e não conseguindo se soltar sozinha, tenta resolver com tudo o que encontra na volta, quando não consegue, busca a Deus, que envia a Primavera e a salva.
Personagens:
- Narrador;
- Formiguinha;
- Sol;
- Rato;
- Gato;
- Cachorro;
- Homem;
- Morte;
- Deus;
- Primavera;
- Flores.
Elenco: (ESTARÁ DISPONÍVEL EM BREVE)
Direção: Tiago


Veja mais fotos em http://www.regiscap1.wordpress.com/

quarta-feira, abril 27, 2011

Primeiro Dia - Festival de Animação e Arte

   Teve início hoje a programação do "I Festival de Animação e Arte", realizado pelo Grupo Anim'Art.
   Infelizmente, cheguei atrasada, e não pude acompanhar a abertura e a apresentação dos jurados, mas tive o prazer de chegar a tempo de acompanhar a primeira peça!
   A primeira impressão é a que fica, e minha sensação foi de orgulho! Quando cheguei, haviam lugares vazios que foram sumindo aos poucos, com a chegada de mais pessoas. A casa ficou quase completa! E isso em Capelinha é bastante difícil, tendo em vista a falta de interesse das pessoas em participar de eventos culturais como esse!
   Reencontrei alguns amigos que eu não via há algum tempo, mas que estão sempre presentes nesses bons momentos da nossa cidade!
   Quando a luz se apagou, senti uma euforia querendo se formar em mim, como se eu fosse quem estivesse prestes a surgir por trás daquelas longas cortinas em um tom de azul confortável. E lá estavam eles, a postos. Prontos para nos mostrar o que haviam preparado com tamto zêlo. Jurados atentos, público com a respiração suspensa. E o breve instante de silêncio se rompe, começa o espetáculo!
  
Peça: "A Porca e o Santo" - I Ato
Autor: Ariano Suassuna
Ano: 1957
Gênero: Comédia
Resenha: Aborda o tema avareza. É dividida em três atos. Aproxima-se da literatuda de cordel e dos folguedos populares do Nordeste. Na trama, Suassuna narra a história de um velho avarento, conhecido por Euricão Árabe. Ele é devoto de Santo Antônio e esconde em sua casa uma porca cheia de dinheiro. Muito divertida, a história mistura o religioso e o profano. Apesar de engraçado, o texto tem um fundo filosófico, o que não pode passar despercebido. O texto não se sustenta só com o riso, mas sobretudo pela visão crítica. Suassuna utiliza uma trama muito simples para tratar algo mais complexo, como a relação do mundo material com o espiritual. Deve-se perceber que o comportamento de Euricão lembra muitos conflitos barrocos de ordem religiosa. No entanto, esse conflito, inerente ao ser humano, chama a atenção pelo fato de o personagem não desfrutar de sua riqueza. Existe uma semelhança da personagem Caroba com Chicó, da obra "O Auto da Compadecida". São dois miseráveis que vivem na astúcia, na inteligência e nas "manobras", uma poderosa artimanha de sobrevivência. Deve-se atentar também para a busca da resposta de Euricão para a pergunta que faz ao constatar que o dinheiro que sempre guardou não vale mais nada: "Um golpe do acaso abriu meus olhos (...). Que quer dizer isso, Santo Antônio? Será que só você tem a resposta?" Ou seja, ou ele evolui e percebe que o dinheiro serve apenas como um "meio" e não um "fim", ou então regredirá mais ainda e jamais entenderá o que aconteceu, vivendo eternamente uma ilusão. Esse é o momento em que ele terá que escolher entre o discernimento e a loucura: entre o permanente e o efêmero. Segundo o autor, O Santo e a Porca não é uma obra original sua, mas sim uma adaptação de Plauto, escritor latino do período antes de Cristo. Na peça Aululária, o protagonista é "Euclião", que encontra uma panela de ouro deixada por seu avô. Esse "achado" aliado ao casamento de sua filha com um velho rico origina o mote central de um texto ágil cheio de encontros, desencontros e ambiguidades. Suassuna adaptou o texto de Plauto, mas desenvolveu uma releitura dentro do contexto nordestino da literatura de cordel e criou uma trama mais complicada. O Santo e a Porca é um texto escrito para teatro bastante fácil, mas é preciso prestar atenção nas rubricas (indicações entre parênteses). Elas acabam fazendo o papel do narrador e dão o "tom" da cena.
Personagens: As personagens estão intimamente ligadas ao enredo, e vice-versa. Estas são as duas forças principais que regem um texto dramático. São elas:

Euricão - "Engole Cobra", Eurico Árabe; é o protagonista da peça; é pai de Margarida e irmão de Benona; personagem avarento.

Porca - Oposição do profano frente ao religioso (Sto. Antônio); é o objeto de cobiça; representa a avareza de Euricão, um dos 7 pecados capitais.

Santo Antônio - santo casamenteiro, "achador" e popular; santo de devoção de Euricão; representação do sagrado e da fé.

Margarida - "flor bucólica"; filha de Euricão (a filha é o patrimônio do pai, é noiva de Dodó; personagem que desencadeia dois pólos de interesse: material (Euricão) e sentimental (Eudoro e Dodó).

Benona - alusão à personagem de Plauto, Eunomia do grego EUNOMÍA (ordem bem regulada); é irmã de Euricão, ex-noiva de Eudoro; representa os pudores e os recatos.

Caroba - "árvore grande e forte"; empregada de Euricão; é a personagem que desenvolve toda a rede de intrigas que envolve os casamentos.

Pinhão - "fruto rústico"; empregado de Eudoro; é noivo de Caroba; representa a busca da liberdade.

Eudoro - "EÚDOROS"- composto por “eú” (bom,bem) e de “dôron” (o generoso); pai de Dodó; é ex-noivo de Benona e pretendente de Margarida; representa a burguesia.

Dodó - redução do nome Eudoro (indica a submissão do filho ao pai); é o filho de Eudoro; noivo de Margarida.
Elenco:
- Caio Amadeu Oliveira Mairão
- Danielli de Cássia Guedes
- Dayane Ferreira de Jesus
- Dharlen Oliveira Martins
- Jaqueline Gomes
- Pedro Augusto Xavier Viana
- Thiago Antunes Santos
Direção: Buxexa.


Veja mais fotos em http://www.regiscap1.wordpress.com/

É Hoje!!

   Vale lembrar que hoje começa a programação do "I Festival de Animação e Arte" de Capelinha/MG!
   CLIQUE AQUI para ver a programação completa do evento!
   Lembrando que toda a programação é gratuita, mas é necessário pegar convite com o pessoal do Anim'Art no SPAI (antiga Casa da Cultura, na Rua das Flores - Centro), já que o local onde acontecerão as peças só comporta 200 pessoas!!!
   Então, corram antes que acabe!!!
   O pessoal da peça de hoje é da Escola Estadual Professor Antônio Lago, e estão a todo vapor, ensaiando pra fazer o melhor no palco! Direção do Buxexa!


E no próximo sábado, dia 07 de maio, tem Maria Letícia!

sexta-feira, abril 22, 2011

I Festival de Animação e Arte em Capelinha - MG

   Há alguns meses atrás, recebi o convite do Grupo de Teatro Animarte para participar do "I Festival de Teatro", realizado por eles em Capelinha. Fiquei imensamente feliz com o convite! É sempre muito bom ver os jovens engajados em projetos que visam reavivar a cultura de nossa cidade.
   Capelinha já viveu tempos maravilhosos com as Semanas da Cultura, Festa do Divino, desfiles de sete de setembro... Mas tudo vai morrendo pouco a pouco, com a falta de interesse das pessoas tanto em manter, quanto em participar desses movimentos.
   Atualmente, vejo grupos como a Fanfarra Lau Soyer e a AMUC (Associação dos Músicos de Capelinha) lutarem para sobreviver em meio a um cenário completamente imerso nas "culturas" de massa.
   Particularmente, acredito que nenhuma atitude extremista vencerá essa batalha. Acredito muito mais que todos ganharemos, quando começarmos a aliar a tradição ao contexto contemporâneo.
   Torço muito para que essa iniciativa do pessoal do Grupo Animarte resulte em coisas maravilhosas! Que mais pessoas despertem para a arte, cada vez mais empresas entendam o valor e a necessidade de incentivar esse tipo de projeto, e que seja apenas o primeiro festival de muitos que virão, a partir de agora!
   Aproveito a oportunidade para, em nome de toda a família "Maria Letícia", agradecer ao Reginaldo pelo convite, pela oportunidade de divulgar o nosso trabalho e de dividir esse momento tão especial de celebração da arte.
   Deixo aqui então, a programação do "I Festival de Teatro", que acontecerá em Capelinha, de 27 de abril a 08 de maio/2011, e o convite para que todos compareçam nessa grande festa da cultura!

  • Quarta-feira, 27 de abril:
19:00 - Abertura do "I Festival de Animação e Arte"
            Local:  SPAI  (antiga Casa da Cultura, na Rua das Flores - Centro)     
19:10 - Apresentação dos Jurados
            Local: SPAI
19:40 - Apresentação Teatral dos integrantes da "E. E. Prof. Antônio Lago"
            Local: SPAI
  • Quinta-feira, 28 de abril:
19:30 - Apresentação Teatral dos integrantes da "E. E. Coronel Coelho"
            Local: SPAI


  • Sexta-feira, 29 de abril:
19:30 - Apresentação Teatral dos integrantes da "E. E. Dr. Juscelino Barbosa"
            Local: SPAI


  • Sábado, 30 de abril:
19:30 - Apresentação Teatral dos integrantes da "E. E. Pof. Rosarinha Pimentinha"
            Local: SPAI
  • Domingo, 01 de maio:
19:30 - Apresentação Teatral dos integrantes da "E. E. Prof. Herminia Eponina da Silva"
            Local: SPAI


  • Segunda-feira, 02 de maio:
19:30 - Apresentação Teatral dos integrantes da "E. E. Domingos Pimenta de Figueiredo"
            Local: SPAI


  • Terça-feira, 03 de maio:
19:30 - Apresentação Teatral dos integrantes da "E. E. Prof. Geralda Otoni Barbosa"
            Local: SPAI


  • Quarta-feira, 04 de maio:
19:30 - Apresentação Teatral dos integrantes do "Inst. Educ. Manoel Luiz Pêgo"
            Local: SPAI


  • Sexta-feira, 06 de maio:
A programação acontecerá na antiga Casa da Cultura (SPAI), a partir das 20h

            Apresentação do "Grupo Murion", de Padre Paraíso/MG
            Abertura Oficial "Encontro RCT Capelinha"
            Leitura do Histórico das Atividades da Entidade
            Composição de Mesa com Autoridades Locais
            Apresentação e Recepção da Cidade
            Apresentação "Grupo Cultural Adahun", de Capelinha/MG


  • Sábado, 07 de maio:
05:00 - Alvorada "Fanfarra Lau Soyer" (Capelinha/MG)
            Local: Ruas da cidade.
13:00 - Grupo Cultural "Adahun" - Fanfarra "Lau Soyer" (Capelinha/MG)
             Local: Praça do Povo.
19:00 - Louvor - Participação: Banda Expressão de Louvor (Capelinha/MG)
            Local: Igreja Assembléia de Deus (Centro)
20:00 - Coral "Flor da Terra"  (Francisco Badaró/MG)
            Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"
21:00 - Coral "Araras Grandes" e Grupo "Quingemm"  (Araçuaí/MG)
            Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"
22:30 - Jederson Cordeiro e Banda "Jequitivale" / Jéssica Souza (Capelinha/MG)
            Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"

00:00 - Maria Letícia
Maria Letícia (Voz e Violão)
Marisa D'Carvalho (Voz, Violões 06 e 12 cordas, teclado)
Homero Kaú (Voz, Violões 06 e 12 cordas, guitarra)
Gabriel Rocha (Baixo)

Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"


01:30 - Banda "Diporta Afora" (Padre Paraíso/MG)
            Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"

  • Domingo, 08 de maio:
19:30 - Santa Missa
            Local: Igreja Nossa Senhora da Graça (Matriz)
21:30 - Premiação do "I Festival de Animação e Arte"
            Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"
22:30 - Grupo "Expressão de Louvor" (Capelinha – MG)
            Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"
23:30 - Banda "Akasus" (Capelinha – MG)
            Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"
00:30 - Fet Samba e Pagode (Capelinha – MG)
            Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"
01:30 - Silvana
            Local: Quadra da "E. E. Prof. Antônio Lago"

terça-feira, abril 19, 2011

Vinícius Calderoni

   Um dia desses, numa dessas aventuras de acordar tão cedo, correndo atrás do meu filhote, ouvi uma voz tão encantadora, que desviou minha atenção e não me permitiu mover nem mais um passo sem descobrir de quem se tratava.
   Vinícius Calderoni. Falava de seu trabalho como músico e cineasta em um programa na Rede Globo, do qual não me recordo o nome. Aliás, não me recordo de muitas coisas. Era ainda muito cedo e eu ainda lutava pra permanecer de olhos abertos. Fato é, que não pude esquecer aquela voz, e guardei seu nome, pra descobrir um pouco mais sobre esse moço, e sua arte inigualável.
   Conheci o CD, as músicas, e a cada descoberta sobre a trajetória desse menino com história de gente grande, eu passo a admirá-lo mais.
   É uma honra apresentar a vocês o talento, a arte e a voz encantadora de Vinícius Calderoni!


Vinícius Calderoni é natural de São Paulo/SP. Aos nove anos de idade, passa a ter aulas de musicalização na Domus (escola de música paulistana), tendo Pedro Mourão como professor. Na mesma época, começa a escrever suas primeiras letras de música, peças teatrais e roteiros para cinema. Após longa parada, retoma os estudos musicais na Domus, aos 13 anos, tendo novos professores, como Akira Ueno, Renato Epstein e Chico Pinheiro. Em 2001, depois de diversas tentativas de seu primo Ricardo Calderoni (aquela época cursando violão na faculdade Santa Marcelina) e de seu tio David Calderoni (antor, compositor e violonista), começa a tocar violão para dar vazão a composição de suas canções. No mesmo ano, monta três bandas (Discurso Indireto Livre, No Ar e Na veia e Cafetão Planeta), e se apresenta em seu colégio e em diversos festivais inter-escolares, chegando a executar músicas de sua autoria. Compões, em seu primeiro ano como compositor, "Crédulo" e "Palhaçada". No ano seguinte, monta outra banda (Som Silvestre), que só executa canções próprias, sendo a maioria das canções, parcerias de Vinícius Calderoni com seu amigo Fábio Lyra (hoje também músico). Em 2003, ingressa no curso de cinema da FAAP e no curso de história da USP, lugares onde fará grandes e decisivas amizades, estabelecendo novas parcerias. As primeiras duas músicas de sua autoria gravadas são lançadas no cd "Regeneração" de seu tio David Calderoni: "Na Certa", com letra de Vinícius e música de David; e "Maná", com música de Vinícius e letra de David e Vinícius. Também em "Maná", divide os vocais com David e na última canção do disco, "Pra Vinícius", contribui tocando pandeiro. Inicia aulas de violão com o grande violonista Ulisses Rocha, que terá papel fundamental no início da carreira de Vinícius Calderoni. Em 2004, monta com os amigos que conhecera no Colégio Santa Cruz, Tó Brandileone e Dani Gurgel o quinteto "Quincas", também formado por Gustavo "Suza" Suzuki, outro amigo do colégio Santa Cruz, e Pedro Henrique Manesco, antigo colega da Domus. A banda, que tocava um repertório variado de música brasileira, se apresenta em diversas casas de show paulistanas como o "Café Piu Piu", executando muitas canções de autoria de Vinícius Calderoni. Estimulado por Ulisses Rocha e amigos, em setembro/2004, com 19 anos recém completados, seu primeiro disco. Participam inicialmente das gravações, o pianista Tiago Costa, o baixista Zé Alexandre Carvalho, o baterista Pepa D'elia e o percussionista Márcio Forte, além de Ulisses, que acumula as funções de violonista, guitarrista e produtor do CD. Começa a estudar canto com Lybra Serra, que também se torna responsável pela direção vocal do disco. Em 2005, dando continuidade a gravação do CD, faz, no "Café Piu Piu", seu primeiro show solo, com direção musical de seu amigo e parceiro Tó Brandileone. Por razões médicas, começa a frequentar a fonoaudióloga Silvia Pinho, que passa a complementar seu estudo de canto. Dirige dois curtas-metragem em seu curso de cinema da FAAP: "Entre Outros", co-dirigido com a amiga Daniella Saba, e "Cinzas", dirigido apenas por Vinícius. Pela constante troca de idéias e mais aclimatado ao ambiente de estúdio de gravação, é promovido ao cargo de produtor de seu próprio disco em parceria com Ulisses Rocha. Em 2006, conhece a cantora Fabiana Cozza, que grava uma participação especial em seu disco na faixa "Litoral". No mesmo ano, Vinícius faz participação especial em show de Fabiana, na temporada em que a cantora convida diversos compositores no "Grazie a Dio". Grava duas participações nos vocais no disco da banda paulistana "Trash Pour 4", cuja baterista Mariá Portugal é amiga de Vinícius desde os tempos da escola Domus. As faixas em que participa são "Geni e o Zepelim", de Chico Buarque, e "You're So Vain", de Carly Simon. Finaliza a gravação de seu disco, com grande equipe envolvida. Conclui o curso de cinema. Seu disco "Tranchã" foi lançado em 2007.

Jeito Xadrez entrevista Vinícius Calderoni

JX: Vinícius, é um prazer recebê-lo no "Mosaico Cultural". Seja bem vindo!
VC:
O prazer é todo meu, de falar com vocês e com os leitores do Mosaico Cultural.


JX: Desde muito cedo você demonstrou interesse pela música, teatro, cinema... O que o despertou para a arte?
VC: Desde que me entendo por gente, sempre soube que queria ser artista. Não foi uma escolha: era a única possibilidade pra mim, nunca passou outra qualquer pela cabeça. Não saberia dizer o que exatamente me despertou para a arte. Meus pais e tios são admiradores de variados tipos de arte, tenho um tio cantor e compositor, sem dúvida tudo isso foi decisivo. Mas nas minhas lembranças mais remotas já havia esse desejo de fazer arte, e sempre um olhar abrangente, com interesse por cinema, música, teatro, cada vez um em maior destaque, mas todos com seu espaço.

Grupo 5 a Seco
JX: Quais são suas referências musicais?
VC: Essa é a pergunta mais difícil de responder. Acho que para mim e para meus colegas contemporâneos. Nossa geração, por causa da Internet, foi a primeira a ter um acesso quase ilimitado à música que se faz no mundo todo em diferentes épocas. Isso produziu artistas sem amarras, nem preconceitos, nem estilos preferidos. É claro que fui profundamente influenciado pelos grandes cancionistas da música popular brasileira, como Chico Buarque, Tom Jobim, Caetano, Gil, Milton, João Bosco, e milhares de outros. Contudo, amo uma infinidade de artistas, de Jackson do Pandeiro a Radiohead, de Camille a Jorge Drexler, de Emicida a Charles Mingus. Sem contar a influência que recebo de meus contemporâneos, como meus colegas do 5 a Seco e muitos outros amigos de geração.

JX: O nome de seu primeiro disco vem de uma citação do músico e compositor Chico Buarque. Por que a escolha desse nome?
VC: Quando crinaça ouvia muito minha mãe falando essa palavra e adorava a sonoridade. Quando procurava nome pro disco, ouvi essa palavra novamente cantada pelo Chico no show da turnê Carioca, na cançaõ Cantando no Toró. Fui atrás do significado e descobri que Tranchã era uma palavra a um só tempo sinônimo de coisas legais, bonitas, interessantes e também significava algo categórico, resoluto. O signficado, mais a história afetiva que a palavra possuía pra mim foram o bastante.

JX: "Tranchã" levou mais de dois anos para ser produzido. Foi de fato necessário tanto tempo, ou apenas por perfeccionismo?
VC: Foi uma junção de fatores:  a questão financeira, pelo fato do disco ter sido produzido de modo completamente independente; o fato de eu ainda estar na faculdade de Cinema na época, portanto fazendo filmes e projetos concomitantes; mas, sem dúvida, sobretudo, o longo tempo de produção foi necessário para o meu amadurecimento como artista, para experimentar texturas e sonoridades que traduzissem o que almejava, posto que iniciei a gravação do disco completamente inexperiente, com 18 para 19 anos. Nesse processo forma absolutamente vitais o Ulisses Rocha, diretor musical, produtor do disco junto comigo e um mestre musical sem igual e o Adonias Souza Jr., técnico de gravação e co-produtor do disco.

JX: Suas composições são muito marcadas pela inteligência de seus contextos e jogos de palavras bem elaborados. Ao que se deve esse tipo de criação?
VC: Agradeço pelas palavras generosas. Bem, acho que sou um apaixonado pelas palavras: por sua sonoridades, suas nuances, seus significados específicos, seus mistérios. Sempre gostei de escrever e acho que era inevitável que isso invadisse a seara das canções.


JX: "Das Bocas" é a música que você define como "a canção que me fez crer que eu poderia ser mesmo um compositor". O que a faz ter toda essa responsabilidade?
VC: Foi uma das primeiras canções que compus, ainda no segundo ano do Ensino médio, e a primeira que foi admirada por muitos amigos, sinceramente admirada, de modo que passei a acreditar que talvez as pessoas pudessem gostar e ter atenção às coisas que fizesse.

Bruna Caram e Giana Viscardi
JX: É comum encontrar trabalhos feitos por você em parceria com outros músicos, como em 2008, quando aconteceu no Tom Jazz o projeto Vinícius Convida Cantoras, além das participações em seu disco, e que você também faz com Dani Gurgel, Trash Pour 4, Tó Brandileone... Essa troca é essencial?
VC: Absolutamente essencial. Arte é encontro. O diálogo enriquece, você pode ir a lugares que nunca iria sozinho. Os projetos colaborativos são absolutamente fundamentais para mim.

JX: Você é formado em Cinema pela FAAP, tem dois curtas no currículo. Mas um trabalho bastante interessante, foi a produção dos 12 clipes de "Tranchã", onde você une o Vinícius cineasta ao músico. Fale mais sobre esse trabalho.
VC: Foi um projeto maravilhoso, espetacular. Doze amigos, jovens diretors de cinema, além de mim próprio que dirigi também um clipe, escalados para dirigir os clipes de todas as canções do repertório de Tranchã. O resultado, plural e surpreendente me orgulha profundamente. Depois, os clipes geraram uma temporada de shows, dirigidos pelo Rafael Gomes, meu parceiro e grande amigo. Eram shows multimídia, que fundiam música, cinema e teatro, tentando apagar as fronteiras entre essas artes. O resultado foi sensacional, algo de que muito me orgulho. Os clipes, aproveitando o ensejo, podem ser vistos através do site www.os12clipesdetrancha.com.br ou youtube.com/os12clipesdetrancha

JX: Como tem sido a repercussão do seu trabalho, além dos limites paulistanos?
VC: Cada vez mais gente tem conhecido e entrado em contato fora de São Paulo, sobretudo depois do início do 5 a Seco, o que me deixa imensamente feliz. Pretendo lançar um disco novo solo em março de 2012, e viajar bastante por vários desses lugares no Brasil.

JX: Hoje, já depois de algum tempo com o disco e fazendo a divulgação desse trabalho, eu gostaria de saber na lata, no que você bota fé? Com o passar do tempo mudou muita coisa em sua visão? As coisas se mostram menos ou mais fáceis do que o esperado?
VC: Boto fé, cada vez mais, no trabalho consistente, feito de coração e com generosidade. Não há possibilidade de um trabalho tenaz e bem-feito não alcançar seu espaço, demore mais ou menos. Acho que um artista tem que estar constantemente em movimento, sempre construindo e solidificando seus projetos. Acho que o que deve mover um artista são coisas a dizer e não vontade de fazer sucesso. Percebo também que os artistas que mais me interessam, e do qual espero fazer parte, são aqueles que tentam borrar as linhas fronteiriças entre as artes.


JX: Algum novo projeto em vista para os próximos tempos?
VC: Muitos. O 5 a Seco grava dvd e cd em Junho no auditório Ibirapuera e lança no final do ano. No segundo semestre gravo meu novo disco solo para lançar em Março de 2012. Estou também escrevendo uma peça teatral e acabei de traduzir outra que pretendo montar no sgundo semestre de 2011 ou no início de 2012. Com o Tó Brandileone acabei de terminar também mais uma trilha sonora para teatro, a nossa segunda, sendo que fizemos também uma para cinema. Enfim: projetos não faltam, graças a Deus.


JX: Vinícius, eu agradeço muito pela atenção que teve conosco desde o começo. Esperamos que você esteja em breve em Minas Gerais, pra que nós possamos conferir de perto esse trabalho singular que você faz tão bem! Sucesso, música e paz!
VC: Eu é que tenho a agradecer muito o carinho e a atenção. Espero também estar em Minas Gerais em breve, estado que eu adoro. Um beijo grande a vocês!



http://www.viniciuscalderoni.com.br/